Mitos sobre tradutores e traduções juramentadas.

 
O serviço de tradução juramentada geralmente gera muitas dúvidas entre os clientes, especialmente por conta de suas características e especificidades. Para este artigo compilei 5 dos mitos mais comuns atribuídos às traduções juramentadas e aos tradutores juramentados. Eles são reais? Vamos dar uma olhada. A.- O tradutor juramentado só traduz textos jurídicos: isso é mito! Os TPICs – Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais, possuem qualificação para traduzir qualquer tipo de documentação (empresarial, notarial, judicial, documentos da área média, documentos de cunho pessoal, etc.), que precisem ser submetidos a um órgão público, a uma empresa ou apresentados a uma autoridade. Alguns exemplos deste tipo de documentos são: diplomas, históricos escolares, registros acadêmicos, certidões de nascimento, certidões de casamento, antecedentes criminais, escrituras, procurações, cartões de vacinação, cartas pessoais, correspondências entre empresas, conteúdos de e-mails e de trocas de mensagens, documentos e relatórios sobre meio ambiente, construção civil, relações internacionais, entre outros tantos assuntos. B.- A tradução juramentada é melhor do que a tradução livre ou simples: mito! Ambos os serviços são igualmente bons e, se feitos pelo mesmo profissional, terão a mesma qualidade. Pensa-se, erroneamente, que a tradução juramentada é mais clara, e que o tradutor juramentado é mais qualificado ou treinado para fornecer o serviço de tradução. Via de regra, a diferença básica ente um tipo de tradução e outro, é a fé pública que é dada à tradução pública (juramentada), que só pode ser assinada por um tradutor habilitado (TPIC). C.- O tradutor juramentado precisa ser alguém especializado em Direito: isso também é mito! O tradutor juramentado costuma traduzir vários tipos de documentação, entretanto, para exercer o ofício ele deve, primeiramente, ser aprovado em concurso público. No Brasil, os concursos são organizados pelas Juntas Comerciais dos diversos estados da federação ou do Distrito Federal. Pessoas com diferentes tipos de formação podem prestar o concurso. Embora não seja exigida qualquer especialização na área jurídica, na medida em que o TPIC vai exercendo seu trabalho, vai conhecendo e se especializando cada vez mais em terminologia jurídica, já que muitos dos textos que traduz possuem fundamentos legais. D.- O tradutor juramentado fica rico. Mais um mito! Antigamente, devido à existência de poucos tradutores habilitados, dependendo do idioma, o tradutor juramentado podia obter uma renda mais significativa, mas nada muito diferente da renda de um profissional de nível superior. Hoje em dia, com a ocorrência de novos concursos públicos, o número de tradutores aumentou consideravelmente. Milhares de TPICs foram concursados nos últimos anos e, com isso, o trabalho se distribuiu melhor entre os diversos profissionais e nos diferentes estados do Brasil. Além disso, há idiomas que contam com pouca procura, então, muitos tradutores juramentados precisam trabalhar em outras atividades para complementar a renda. Muitos destes, complementam sua renda com serviços de tradução não juramentada, interpretação simultânea, serviços de legendagem, revisão de textos, etc. Outros, conciliam seu ofício de TPIC com atividades fora do campo linguístico, como advogados, contadores, representantes comerciais, etc. E.- Os tradutores juramentados exploram e cobram muito caro! Isso também é um mito. No Brasil, a tradução juramentada tem seu preço regulado pelas Juntas Comerciais. O tradutor juramentado não pode, sob pena de lei, explorar o usuário do serviço. Em todo o país, o sistema de cobrança é por volume de textos, e não por página, como muitos pensam. Essa é a forma mais justa de se cobrar, pois considera apenas aquilo que é digitado e traduzido. Se a cobrança fosse por página, uma página com pouco texto, ou com apenas um carimbo, poderia ficar “cara” para o cliente, ao mesmo tempo que uma página com muitíssimo texto, exigiria muitas horas de trabalho do TPIC, por um valor que não seria justo. É por isso que a forma cálculo por lauda (definida a partir de um determinado número de caracteres), é a forma mais justa de cálculo dos trabalhos. Além do valor padrão da lauda, em casos de urgência, as tabelas das Juntas Comerciais preveem um valor adicional, calculado sobre o preço padrão. Esse adicional é chamado de taxa de urgência. Em síntese, uma vez que o valor da tradução juramentada é pautado pelo volume de textos, entende-se que um trabalho de grande volume custará mais que a tradução de uma certidão simples, ou uma carteira de motorista, por exemplo. Igualmente, o prazo para a execução dos serviços varia conforme o volume de textos. Infelizmente, ainda não há um padrão único para a medida da lauda no Brasil, então, elas podem variar de tamanho de um estado para outro, embora essa variação seja relativamente pequena. De qualquer forma, nos sites das Juntas Comerciais o usuário pode consultar a quantidade de caracteres que definem a lauda em seu estado, assim como o valor desta. Existem outros mitos sobre nossa profissão? Você conhece algum? Se você gostou deste artigo, recomendo que leia também Traduções públicas (juramentadas) com assinatura digital - vantagens e Apostila de Haia. Nesses textos você encontrará mais informações sobre o mundo da tradução juramentada na atualidade. 
 
Até a próxima, leitores!

 

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